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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

VIAJANDO EM MIM

O tempo me fez forte. Livrei-me até do medo da morte, que já tinha pouco. Hoje busco um norte sem nenhuma nostalgia. Fui são e fui louco! Misturei fé e desolação. Apalpei rótulos com espinhos, mergulhei em vão no sangue agridoce da paixão. Chorei e ri...

Mostrei-me e me escondi... Como se “tudo” fosse tudo ou nada! Calei. Gritei. Perdi o rumo e me amparei...

Tudo que passei eu revivi assombrado pelas chagas doloridas das feridas que me fiz, ou que me deixei fazerem. Acrescentei risos e lágrimas ao meu currículo... Fui sábio e fui ridículo! Mas agora não mais me ofusco em vão ou em busca de fútil alegria. Quero mais! Quero um cais!

Quero mais que alegria, talvez mais fantasia e muito menos realidade. Talvez queira felicidade, em sua imensidão finita a despertar-me esperanças de que a idade, por si só, não me levará de mim, assim, tão só...

Quando partir, quero ir bem de encontro comigo. Colocar o dedo no meu nariz! Achar-me nos recantos divinos da paciência. Aconchegar-me no trono sábio da clemência. Apoderar-me dos meus passos sem nenhuma pressa mais, viajar em mim...

E que nada me impeça e que do infinito eu possa rever os meus laços e entender que foram justos... Sem sustos nem surpresa...

Farei de mim a minha presa e me entregarei com a plena certeza de que tudo vale a pena quando a alma não é pequena (parodiando Fernando Pessoa)...

Mas, pensando assim também imaginei que mesmo tão pequena, ela sempre faz sua cena, acena e voa... Faz valer a pena!

sábado, 6 de setembro de 2014

EXÍLIO


Venho a ti de meu exílio tenso e mudo, rompendo as barreiras derradeiras do passado, revendo cada um dos meus passos... E hoje, incansável e sem nenhum orgulho, orgulho-me de mim e das promessas que me fiz. Venci!  Por isso, hoje confortável, não mais resisto ao teu esbulho, pois ao tomar de mim o que é meu, multiplicastes em mim o que é teu: O MEU AMOR POR TI! 
Íntimo Recanto

Minha alma ama a sua alma calma e isso me acalma. Minha alma ama imaginar seus traços por todos os espaços. Minha alma ama seu sorriso lindo, seus olhos presentes, mesmo tão distantes, de mulher menina e que eu preciso tanto... 

Encanto-me a olhar seus olhos, viajar com eles rumo ao lindo cais de lindas poesias, sempre só mentais. Nessas minhas idas e vindas, caminhei por muitas trilhas, fiz tantas partilhas, que nem eu mesmo me encontro mais. 

Guardei comigo versos secretos, alguns discretos, outros nem tanto... Entre sorrisos e muito pranto ando absorto nas vagas horas, eternas chagas da ausência tua... Procuro-te nua nos meus íntimos recantos, sob a égide precisa dos teus encantos e da magica inclemência da saudade, impiedade da tua ausência que naufraga, mas não apaga minha eterna vontade de te ver. É assim que me invade inteira e, por isso, à tua espera, eu não me canso de esperar!


FDS (NIHILISTA!)

Mais uma semana está se indo, fluindo com o tempo que flui na vida, tal qual a vida que flui no tempo. E nós, mergulhados no eterno sonho das conquistas, amargurados no inverno sórdido de tantas lutas, seguimos em vão as pistas distraídas que nos mostram apenas o que já vimos tanto...



E assim, redundantes, nossas condutas se eternizam numa amarga sensação de que antes, muito antes de notarmos, as cargas perigosas que levamos nas costas, agonizam nossos corações cansados de esperar o nada, mesmo esperando tudo em frágeis apostas, nessas nossas missões recheadas de ledos enganos e insensatos medos...



Nada nos resta, então, senão esse nada eterno que nos atesta a passagem fria do tempo, em franca agonia, fluindo indo e não mais voltando...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Nada é mais antipático e apático que abrir um vinho sozinho...
Algo só permitido, talvez, com a altivez dos melhores sonhos a nos mergulhar em precioso e lento encanto...

E ao apreciar esses sabores mediterrâneos, mergulhado nesse amar molhado, doce e de instantâneos frutos, redutos dos feitos desfeitos em serenas ondas desse mar profundo eu, em minha única e insensata companhia, mas longe das hediondas falsidades, sinto que a solidão não passa, apenas, de um detalhe desatento de infrutíferas metades que não se juntaram. E nem deveriam...

Descubro, assim, os valiosos sabores que não justificam qualquer amargo pranto... E mesmo no embargo da minha voz que não quer calar e que as vezes calo, aprecio esse delicioso momento.

Eu renuncio ao medo ansioso e ouso um combinar elegante com a outra metade que procuro e da qual, ao tentar me afastar a cada dia, de sua ausência mais ainda eu me aproximo. E ao fartar- me dela (da sua ausência), mais eu busco seu encanto e sua linda presença... 

René J Blumer

segunda-feira, 14 de julho de 2014




INÚTIL VAIDADE!

Ao toque desprovido de qualquer charme do alarme, mais um dia se inicia! E mesmo que se troque tudo a cada amanhecer, e com muito estudo se pretenda refazer os próprios passos, os compassos se misturam e as mudanças quase sempre viram lenda...

O chão pisado de nossa cotidiana caminhada, em sua cruel sabedoria (e às vezes em fiel embate com a nossa vontade), aguarda ansioso o peso de nossos pés preguiçosos e nos acena com sua dura realidade...

Então, ansiosos e num segundo, dominamos nossa mente ainda pura e, em amena letargia ordenamos a ela os tantos detalhes de mais uma jornada por Deus permitida...

E lá vamos! A esquecer de nós mesmos... E até do que mais gostamos! Em busca talvez, da altivez de nossos sonhos...

Sonhos desse mundo, meras alegorias que no fundo nem nos pertencem...

Sonhos que vencem facilmente a nossa sábia sabedoria, ainda que estejamos em intensa vigília... E, fatalmente, nos afastam da família, dos ternos abraços, dos eternos laços, dos grandes amigos e até mesmo dos valores antigos...

E nesse caminhar intenso, em busca de espaço e algum conforto, sorrimos, beijamos e amamos muito menos... Até disso nos esquecemos!

E no final de mais um dia de tensos momentos, talvez até hipertensos, olhamos para trás e vemos que nada somamos a nós mesmos... 

Não percebemos o carinho do nosso cachorrinho, o aceno do vizinho, nem o piar do alegre passarinho...

Em vão seguimos em frente nessa batalha quase inútil, mesmo sabendo o quanto é falha... Achamos sempre, que mais à frente, teremos tempo... Triste mentira que passamos em nós mesmos, nessa louca vaidade e ambígua realidade...

Sabemos todos essa verdade, mas engolidos pela necessidade, vamos seguindo iludidos até que os dias para nós estejam rindo... 

Pois quando os dias se tornarem sisudos, sérios e mudos, talvez notemos o cachorrinho, a ave no ninho e o sorriso do vizinho!

E se nesse dia não pudermos mais ser parte ativa dessa linda e altiva orquestra divina, sina da nossa finita saúde plena, será uma pena olhar a própria história, se para isso ainda tivermos memória... 

Pior ainda, se nesse dia ou instante, dos nossos olhos rolarem lágrimas tristes! Nessa hora, será gigante a sensação de abandono de coisas lindas e mais cruel ainda, será a dor do auto-abandono. E o tempo, em seu imenso trono de sabedoria, deitará seu manto e deixará a cargo da justa eternidade o amargo pranto que a nossa vaidade soube conquistar...

sexta-feira, 11 de julho de 2014

 


QUERO ALGUÉM 

Tenho procurado alguém,
pra sorrir de braços dados.
Que me ajude a ver detalhes,
que não tenho visto mais.
Quero alguém que mude tudo,
sem mexer em quase nada...
Quero alguém que a cada dia,
encha os meus olhos d´água.
E que chore com as histórias,
que conto nas minhas poesias.
Que sorria quando eu canto,
e desafino sem saber...
Tenho procurado alguém,,
pra deitar numa varanda,
e olhar a noite toda,
a ciranda de estrelas,
que circulam pelo céu...
Quero alguém que mude tudo,
sem mexer em quase nada...
Quero alguém que a cada dia,
encha os meus olhos d´água.